sábado, 3 de dezembro de 2011


Mais precisamente numa tarde de Outono daquele longínquo ano ela chorava, ela gritava, ela sofria, sofria, sofria. Um sofrimento que parecia não ter mais fim. Não ter qualquer tipo de sentido, não ter qualquer ponta seca para se agarrar, um sofrimento que só havia uma forma de parar, remediando, voltando atrás, reformulando, reconstruindo, é como a renda, se algo correr mal podes sempre desistir, ou então desfazer para aperfeiçoar, a vida é assim, as relações são assim, as amizades são assim, e muitas coisas na vida são assim.
Esta é apenas uma de muitas más fases que com lágrimas, suor e sangue que vou aprendendo a atravessar neste Outono que tem forma de inverno, onde a chuva me congela o coração, as mãos, os pés, tudo, menos os sentimentos, onde o vento me fura os tímpanos e onde a música é a minha melhor companhia, a única que me mete bem, onde as folhas têm formas de coração e onde todos decidem partir-me o meu coração.
Vou lutar, até ao fim mesmo, vou lutar por mim, por ti, por nós, por todos, para que este ano acabe da melhor forma, com todos bem, com grandes pessoas, com muita felicidade, para que o inverno não me assuste a mim, aos meus sentidos e os meus sentimentos.

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