sábado, 4 de fevereiro de 2012


« Maio e Fevereiro, custa dizer datas, custa muito.»Ninguém. Ninguém mesmo nem mesmo as pessoas mais falsas, as mais cabras, as mais estúpidas do mundo, ninguém merecia passar pelo que eu passei naqueles dois meses, de anos diferentes, no qual vou referir datas, ninguém percebia que eu por dentro estava a morrer, ninguém podia estar lá para me dar a mão, ninguém percebeu o meu ar atravessado no peito, ninguém deu nenhuma importância quando disse que me custou ouvir, ver e não poder estar presente, deixar palavras de confortos em ultimas homenagens, ainda hoje ninguém dá importância, todos choram por amor, por isto e aquilo, mas e eu? Chorei pouco? NÃO, e quem é que me apoia nisto? NINGUÉM. Só eu sei descrever o quanto doeu e digo não foi pouco, perdi a cabeça.
Maio de 2005, lembro-me perfeitamente do domingo em que partiste meu querido, lembro-me tão bem, estava a jogar e perdi o controlo das lágrimas, e o jogo continuou em frente sem eu perder, depressa me deitei na cama da minha mãe a chorar quando dizem “ faz a mala que vais para a casa da tia hoje”, e eu tão triste perguntei “ mas não posso ir com vocês, quero vê-lo”, e responderam, “não, vai fazer a mala”. Um silêncio incontrolável pairava nesta cada, foram os meus dolorosos e pavorosos segundos do mês de Maio.
Fevereiro de 2011, este foi só mais uma das datas, que me deitaram a baixo, que me levaram aos limites, foi difícil concentrar-me nos estudos para o teste que tinha no dia seguinte, recebendo a notícia que recebi, mais uma vez fui-me mesmo a baixo, chorei como se fosse a última coisa na minha vida, como se tudo em mim tivesse partido contigo, algures num mar, algures num dia, algures numa ilha, algures fora daqui, foste-te, e eu? Fiquei aqui, só, mal e a tentar controlar-me, no dia dos meus anos, recebi uma mensagem de parabéns, que me deu força mas me fez chorar, era a minha tia, que te conhecia, que me apoiou e disse “ felicidades princesa … Sei que está a ser muito difícil, mas vai passar …” sim deu-me muita força, mas custava de ter tido muita mais força de quem queria, mas não, é habitual.
Se me pediram para descrever o que senti, rancor, dor, um grande vazio, um grande aperto no peito, e uma vontade incontrolável de chorar, vontade de sair e só voltar depois, uma vontade de fazer o tempo voltar a atrás, foi tudo o que senti no momento, e quando? Nestas duas datas, Maio e Fevereiro, sim porque foram as duas coisas que mais me custaram os dois piores dias da minha vida. Não chores por amor, por amizade, vive a sorrir, pois quando partirem terás todo o tempo para sofrer.